Em busca de entender quais os desafios da geologia Caroline Campos Soares, coordenadora de geologia da Chammas, sobre a atuação da área de geologia em projetos de engenharia geotécnica exige um olhar atento para os detalhes do terreno e uma integração cada vez maior com novas tecnologias. Em um cenário de complexidade crescente, a Geologia desempenha um papel fundamental para a entrega de resultados confiáveis e soluções técnicas que alinham eficiência, segurança e sustentabilidade.

Em conversa com a nossa reportagem,  Caroline Campos Soares falou sobre quais os desafios da geologia e como a expertise geológica, aliada à inovação tecnológica e à mineração 4.0, está transformando os métodos de investigação geotécnica e a prevenção de riscos em grandes obras. A geóloga também compartilha sua visão sobre os desafios enfrentados em terrenos complexos e como a Chammas vem trilhando um caminho voltado para soluções sustentáveis no setor.

Quais os desafios da Geologia ao lidar com terrenos complexos em projetos de engenharia geotécnica?

Por terrenos complexos, podemos ter uma série de condições diferentes e isso encabeça alguns dos desafios da geotecnia. Nesse contexto, podemos citar, por exemplo, a presença de solos com comportamento expansivo, solos argilosos muito moles, com baixo índice de resistência à cravação (NSPT), terrenos muito acidentados, com elevada declividade e áreas de difícil acesso. Cada cenário trará um grau de complexidade diferente e, portanto, desafios distintos aos serviços de investigação de campo. O importante é entendermos primeiro qual é o cenário do local a ser realizadas as investigações de campo. Para tanto, é importante realizar uma visita técnica ao local, para se ter uma visada da área e dos entornos, além de realizar uma pesquisa prévia sobre a geologia do local e as condicionantes geológicas do terreno.

Como a integração entre geologia e novas tecnologias tem transformado o planejamento de projetos geotécnicos?

A inovação tecnológica traz consigo inúmeros ganhos e ajuda a responder a indagação sobre quais os desafios da geotecnia. Dentro do nosso setor, posso citar como alguns exemplos o aumento na eficiência dos serviços de campo, ou seja, na produtividade operacional e na qualidade das informações. Na Chammas, nós utilizamos o Geolabor, software desenhado para propor soluções aos serviços de investigação geotécnica de campo. Com o uso desse sistema de aplicativos, conseguimos garantir, desde a etapa do planejamento inicial do contrato até a entrega final ao cliente dos resultados, maior confiabilidade dos dados, rastreabilidade das informações e qualidade das nossas entregas ao cliente. Todos os dados de uma determinada campanha de sondagem ficam registrados dentro do Geolabor, que também desempenha um papel importante na gestão de dados e informações geotécnicas.

De que forma os avanços na mineração 4.0 influenciam os métodos de investigação geotécnica realizados pela Chammas?

A mineração 4.0 trouxe a inovação tecnológica para os meios de produção mineral. Esse movimento, que faz parte da Indústria 4.0, também se estende para dentro do contexto da geotecnia aplicada à mineração. Na Chammas, nós utilizamos o Geolabor, que permite a digitalização completa de todos os nossos processos relacionados às investigações de campo, laboratório e CTO, seja de campo ou de backoffice. 

Como a interpretação de modelos geológicos contribui para a prevenção de riscos em grandes obras?

Um modelo geológico ilustra de que forma os horizontes de solos e rochas estão dispostos em subsuperfície, além de englobar outras informações relacionadas a aspectos estruturais, hidrogeológicos, geomecânicos e ambientais do terreno. Com esses modelos, é possível identificar os riscos, simular cenários hipotéticos futuros e definir planos de ação que contemplem intervenções  necessárias para mitigação dos riscos. Portanto, o modelo geológico é fundamental na concepção de obras.

Qual é a visão da área sobre o futuro da geotecnia em um mundo cada vez mais voltado para soluções sustentáveis?

Como voz do setor de Geologia da Chammas, eu acredito que é nosso papel propor inovações para as investigações geotécnicas, com o intuito de minimizar os impactos causados no meio físico pelas atividades antrópicas e buscando o equilíbrio entre o desenvolvimento e o meio-ambiente.