A evolução da tecnologia e o processo inovativo

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Por Giovani Costa*

 

A evolução da tecnologia e o processo inovativo, desde a chamada Terceira Revolução Industrial (meados do século XX), vem crescendo em passos não lineares, mas exponenciais. A cada novo ano, somos bombardeados com inúmeras novidades nos campos da ciência e da tecnologia. Produtos e serviços considerados de última geração tornam-se ultrapassados simplesmente na transição de um ano para o outro. 

As ideias criativas surgem, de forma geral, das cabeças pensantes dentro dos ambientes corporativos que, ao enxergarem barreiras em situações do dia-a-dia, buscam soluções definitivas que possam contorná-las. Da mesma forma, a esfera universitária proporciona um foco de atenção para caminhos de evolução da tecnologia e do processo inovativo.

Não é à toa que, durante a Segunda Guerra Mundial, os laboratórios das universidades americanas destacaram-se frente à iniciativa privada e ao governo em pesquisas, desenvolvimento, de evolução da tecnologia e do processo inovativo. 

No meio geotécnico, alguns expoentes conhecidos trazem em suas bagagens o grande encontro do mundo corporativo com a academia. O “pai da mecânica dos solos e da engenharia geotécnica”, Karl von Terzaghi, é um exemplo de profissional que aprimorou-se no estudo dos solos intercalado com experiências profissionais grandiosas. 

Trajetória similar se sucedeu para Arthur Casagrande, outro nome de peso no meio geotécnico. No Brasil, grandes nomes atuais como Fernando Schnaid e Edgar Odebrecht carregam em seus currículos a vasta aproximação com as universidades e com a iniciativa privada.

As situações desafiadoras que se apresentam diariamente em obras de terra e correlatas são inúmeras. Aliado a isso, soma-se a necessidade de entregas em prazos extremamente desafiadores e curtos, colocando os profissionais práticos focados na resolução dos problemas de forma pontual. Ou seja, nem sempre há espaço para discussão e abrangência. 

Em contrapartida, o distanciamento do mundo corporativo com as universidades acaba não munindo os estudiosos e futuros pesquisadores da realidade dos casos práticos da engenharia geotécnica, o que os priva de estarem em contato e aplicarem os conhecimentos teóricos e científicos mais recentes. Assim, muitos cientistas geotécnicos se frustram com pesquisas e mais pesquisas que parecem não conversar com o mundo externo ao acadêmico.

Tratando-se de uma atividade ainda muito empírica é imprescindível que a geotecnia continue sendo feita de forma integrada entre estudiosos e práticos. Há muito campo a ser explorado e muitas perguntas ainda não respondidas. As universidades e empresas devem incentivar esse intercâmbio de informações. Os alunos precisam ter acesso às empresas que se destacam na prestação de serviços geotécnicos, da mesma forma que os profissionais do setor privado da geotecnia precisam estar inseridos no contexto acadêmico. 

O grande desafio para o meio acadêmico é conseguir adentrar as empresas e mostrar o valor da parceria a ser estabelecida. Para o setor privado, o desafio encontra-se na flexibilização das complexas demandas que acabam impossibilitando o profissional a sequer pensar em estar em um ambiente acadêmico novamente.

 

 

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