Diretora da ABMS fala sobre perspectivas para o segmento

Geotecnia norteada por dados
Geotecnia norteada por dados

ABMS é a sigla correspondente da Associação Brasileira de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica fundada 1950, sem fins lucrativos, e congrega no Brasil profissionais geotécnicos que atuam em diferentes segmentos: Mecânica dos Solos, Mecânica de Rochas, Mecânica dos Pavimentos, Fundações, Barragens, Escavações, Túneis, Mineração, Geossintéticos, Geotecnia Ambiental, Aterros Sanitários, Geomecânica do Petróleo,  e demais atividades da Engenharia Geotécnica

Sabendo de toda a relevância da entidade, conversamos com a diretora do Grupo GeoJovem da ABMS, Renathielly F. da Silva Brunetta, para saber mais da visão da especialista sobre o mercado. Renathielly é um nome que vem ganhando destaque na engenharia geotécnica brasileira. Doutora em Engenharia Civil com ênfase em Geotecnia pela Universidade Federal do Paraná, ela combina uma sólida formação acadêmica com ampla atuação prática. 

Como diretora do Grupo GeoJovem da ABMS e consultora geotécnica, Renathielly está na vanguarda das inovações que conectam tecnologia, sustentabilidade e interdisciplinaridade na área.

Nesta entrevista, Renathielly compartilha insights sobre o papel das inovações tecnológicas na redução de incertezas em projetos, além de falar sobre a importância de decisões baseadas em risco para um futuro mais sustentável e como a integração entre disciplinas está moldando o cenário da geotecnia. 

Ela também destaca como a educação pode preparar a próxima geração de engenheiros para enfrentar os desafios de um mercado em constante transformação. Confira, a seguir, a visão de uma das principais vozes emergentes da geotecnia no Brasil.


Entrevista – diretora do Grupo GeoJovem da ABMS e consultora geotécnica

Renathielly F. da Silva Brunetta é diretora do Grupo GeoJovem, da ABMS

Renathielly F. da Silva Brunetta é diretora do Grupo GeoJovem, da ABMS

Na sua visão, quais inovações tecnológicas estão transformando a geotecnia e como elas podem impactar a forma como projetamos e executamos obras nos próximos anos?

As ferramentas de gestão de dados representam certamente uma importante inovação tecnológica. Nas últimas décadas, a quantidade de investigações de campo, de ensaios laboratoriais e de instrumentos de monitoramento nas estruturas geotécnicas aumentaram consideravelmente.

Contudo, foram apenas nos últimos anos que passaram a ser utilizadas ferramentas computacionais que armazenam essas informações de forma georreferenciada e que permitem a visualização de geodados de forma integrada. Uma boa gestão de geodados pode gerar impactos positivos nas nossas obras, pois possibilita a redução de incertezas nos projetos.

Com a crescente preocupação com as mudanças climáticas, quais estratégias ou soluções sustentáveis a Geotecnia pode adotar para contribuir com a mitigação dos impactos ambientais?

Tendo em vista o desenvolvimento sustentável, devemos sempre tomar decisões baseadas em risco. Tanto o geotécnico projetista quanto o geotécnico de campo devem adotar essa abordagem. Devemos saber as variáveis que podem afetar a segurança de cada estrutura geotécnica e monitorar essas variáveis.

É imprescindível, sobretudo, um plano de ação bem estruturado caso alguma anormalidade seja verificada pelo monitoramento. Nosso dever, como geotécnicos, é projetar obras seguras para as pessoas e o meio ambiente. Quando algo puder afetar a segurança de uma estrutura, é preciso saber como mitigar as consequências.

A Geotecnia tem se conectado cada vez mais com outras áreas do conhecimento. Como você enxerga essa interdisciplinaridade moldando o futuro da profissão?

Essa interdisciplinaridade é necessária para que possamos garantir a segurança das estruturas geotécnicas. Mesmo dentro da Geotecnia é necessário recorrer a profissionais de diferentes especialidades, como geofísica e sismologia, por exemplo. Cada vez mais essa interação é necessária para que possamos garantir os critérios de desempenho de nossas estruturas. Todos se beneficiam com o trabalho de uma equipe multidisciplinar: comunidade, empreendedor, governo, projetistas e gestores de estruturas, pois quanto mais dimensões são analisadas, menor é o risco.

Com as demandas do mercado mudando rapidamente, como as universidades e os cursos de especialização podem preparar os jovens geotécnicos para enfrentar as necessidades do setor nos próximos anos?

Creio que as universidades e cursos de especialização devem usar metodologias de ensino ativas para tratar de problemas atuais. Os estudantes devem ter a oportunidade de pensar e saber buscar as soluções – e não apenas serem apresentados a conteúdos de forma passiva. Disciplinas baseadas em projeto, por exemplo, são frequentemente aplicadas em cursos de engenharia fora do Brasil e, no último COBRAMSEG, essa foi uma das sugestões dadas pelos estudantes. Esse tipo de metodologia ativa, possibilita, inclusive o incentivo a soluções inovadoras.

Leia mais sobre sustentabilidade e Geotecnia aqui.

 

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